Numa entrevista exclusiva à SIC, Carlos Moedas afirma que Lisboa será o centro do mundo durante cinco dias. Questionado sobre os milhões de euros gastos, defende que este é um investimento sem preço e deixa ainda um pedido de desculpas aos lisboetas.
O presidente da Câmara de Lisboa considera que o investimento feito na Jornada Mundial da Juventude não tem preço. Em entrevista exclusiva à SIC, Carlos Moedas acredita que a capital portuguesa será vista pelo mundo inteiro e que este é um momento de mudança.
“Este vai ser o momento de mudança de Lisboa. Há um momento antes e depois desta Jornada Mundial da Juventude. Lisboa será outra, uma cidade da juventude que vai pensar no futuro”, afirma Carlos Moedas.
O autarca da capital esclarece que Lisboa será a marca da JMJ e que há duas imagens “que vão ficar para sempre”: a do Parque Eduardo VII e a do Parque Tejo. Por isso, defende que o investimento feito “não tem preço”, e explica porquê.
“Este espaço [Parque Tejo] vai ser muito utilizado, vai ficar para Lisboa. Nos últimos tempos tenho tido muito interesse na utilização deste palco. Obviamente não é o momento de o dizer, mas há muito interesse, até porque tem muito potencial”, sublinha.
E se ainda não pode abrir a porta daquele que será o futuro do altar-palco, Carlos Moedas mostra-se extremamente otimista no que diz respeito ao retorno que o evento trará para os lisboetas.
“Um milhão de pessoas durante sete dias em Lisboa. Que gastem 20 ou 30 euros por dia, são 300 euros por estadia. Trezentos a multiplicar por um milhão são 300 milhões de euros. Que outro evento em Lisboa teve esse retorno?”, questiona retoricamente.
Questionado também sobre se o Papa Francisco pediu para que se gastasse menos dinheiro na JMJ de Lisboa, Carlos Moedas fugiu à questão, dizendo apenas que o chefe da Igreja Católica manifestou uma enorme vontade em conhecer as pessoas mais vulneráveis da cidade.
“Disse que gostava de estar com eles, de os ver”.
O pedido de desculpas
Apesar de garantir que fez tudo o que estava ao seu alcance para minimizar o transtorno para os lisboetas, sobretudo ao nível de circulação, Carlos Moedas assume o “incómodo” que possa existir e pede desculpa. Garante ainda que deu indicações à polícia municipal para que “facilite” ao máximo a vida aos residentes.
“Peço desculpa aos lisboetas e assumo o incómodo, mas é um momento tão único para a cidade, é o retorno de sermos o centro do mundo durante cinco dias. Acho que vale a pena o sacrifício, mas peço desculpa por qualquer incómodo”.
A Jornada Mundial da Juventude é um encontro de jovens de todo o mundo com o Papa numa cidade escolhida pelo chefe supremo da Igreja Católica. A primeira edição, em 1986, realizou-se em Roma. Em 2023, Lisboa foi a cidade escolhida. O evento arranca na terça-feira, 1 de agosto.